06 de nov de 2024 às 16:48 | Imagem: Carlos Gomes

Marco Vinícius Rocha e Vinícius Rios, dois amigos que se conheceram na faculdade, têm se destacado no cenário do cinema independente de Feira de Santana. Desde que começaram a produzir juntos, a dupla tem contribuído para trazer novas histórias e perspectivas ao cenário cultural da cidade e do país.

Ao longo dos anos, a paixão pela sétima arte levou Marco e Vinícius a fundarem sua própria produtora. Desde então, eles lançaram 14 filmes, entre curtas e longas-metragens, abordando temas como identidade, desafios sociais e as belezas de Feira de Santana. “Nossa intenção é sempre trazer histórias que conectam com a realidade da nossa cidade e do nosso povo”, afirma Marco Vinícius.

Além de Marco e Vinícius, mais três jovens cineastas fazem parte do time da produtora, desempenhando funções que vão desde a produção até a montagem dos filmes. A equipe é movida pela paixão pelo audiovisual, mas sabe que nem sempre o caminho é fácil. “O cinema é uma arte cara, que demanda muita tecnologia e mão de obra. É um negócio complicado de lidar se faltar recursos”, comenta Marco Vinícius, sobre as dificuldades financeiras que enfrentam na produção dos filmes.

“É muito difícil e muito trabalhoso, é tanto que eu costumo brincar que depois que eu monto o filme, eu não quero mais nunca assistir a ele, porque eu já assisti tanto que não aguento mais. Mas é muito gratificante, é muito legal. O que mais me pega é ver a reação das pessoas enquanto elas assistem ao filme”, conta Vinícius Rios, destacando a recompensa de ver o impacto do trabalho na audiência.

Apesar das dificuldades, o que realmente motiva a dupla é o impacto que seu trabalho causa nas pessoas, especialmente em uma cidade como Feira de Santana. “É um desafio muito grande, ainda mais tratando da cidade de Feira de Santana, e o estado que a gente mora, que é o estado da Bahia, porque sabemos que o eixo de arte no Brasil é mais Rio, São Paulo, ali no sul, onde o mercado é mais forte. Mas é uma grande felicidade para a gente poder lutar contra isso, fazer arte da nossa cidade e entregar cultura para o povo feirense”, afirma Vinícius, sobre o desafio de se destacar em um mercado cultural que tradicionalmente favorece outras regiões do Brasil.

O trabalho de Marco e Vinícius também tem sido impulsionado pelo incentivo fiscal da Lei Paulo Gustavo, que tem um papel fundamental na realização de produções audiovisuais locais. “Por causa do incentivo fiscal da Lei Paulo Gustavo, dessa lei que veio justamente para apoiar a arte, conseguimos pagar as pessoas envolvidas na produção. Embora não seja um valor perfeito, é gratificante poder reunir uma equipe e remunerá-la, seja o ator, o técnico de som ou o iluminador”, declara Marco Vinícius, ressaltando a importância desse apoio para garantir a viabilidade financeira dos projetos.

Com um olhar atento e criativo, esses jovens cineastas têm moldado o futuro do cinema em Feira de Santana, dando visibilidade a histórias locais e contribuindo para a cena cultural da cidade. “O cinema é uma ferramenta poderosa de transformação e de registro da nossa cultura. Estamos apenas começando, mas queremos que nosso trabalho inspire outras pessoas”, conclui Marco.

A mais nova produção do grupo, atualmente em processo de finalização, já está gerando um impacto positivo na economia local. “Essa produção gerou 30 empregos locais, e o impacto disso é muito importante para nossa cidade”, destaca Marco Vinícius. Esse projeto é um exemplo do que a Lei Paulo Gustavo tem proporcionado, incentivando a cultura e a produção audiovisual em todo o país.

Texto produzido pela estagiária Vitoria Souza, com supervisão da jornalista Liliane Santos