19 de nov de 2024 às 15:20 | Imagem: Junior Araújo
O aumento no preço da carne bovina tem impactado diretamente consumidores e comerciantes no Centro de Abastecimento. Seu Dilson Alcântara, açougueiro, relata as dificuldades enfrentadas: “Uma carne que estava de R$10 foi para R$22. Uma carne que estava de R$28 está de R$35”. Ele destaca também o aumento expressivo no preço da picanha: “Ela estava de R$35, R$37. Agora, nós estávamos vendendo a R$60, R$65. Teve o contrafilé, teve o chã de dentro, teve patinho, essas carnes todas aumentaram bastante, aumentou muito forte o preço dela”.
Para Dilson, além de pesar no bolso do consumidor, a alta tem dificultado as vendas. “Eu sei que, para o consumidor, um pai de família, é muito pesado no bolso, e nós estamos com muita dificuldade também de vender as carnes”, desabafa.
Entre os consumidores, o impacto também é evidente. César Dias, lavrador, explica como a alta tem afetado seu orçamento: “Pesa, pesa, sim, é, porque eu gastava R$100. Hoje, eu tenho que gastar R$115, R$120, mais ou menos”.
Com os cortes bovinos mais caros, muitos estão optando por alternativas, como frango, porco ou linguiça. Lindinalva de Jesus, açougueira, confirma o aumento na procura por carnes mais acessíveis: “R$10,90 o quilo do frango, peito está saindo a R$16. Em compensação, o povo está preferindo comprar mais o frango, que o preço está mais em conta do que a carne”.
O economista Gesner Bremer aponta os fatores que estão por trás da alta nos preços. “A primeira é a questão do cenário externo. A demanda por carne está muito alta lá fora, devido a guerras e outros fatores. Aqui no Brasil, estamos enfrentando o intercorte, que é o momento de renovação do ciclo do boi, reduzindo a oferta de carne. Além disso, as queimadas e a baixa chuva também influenciaram na queda da produção”, explica
Texto produzido pela estagiária Vitoria Souza, sob supervisão da jornalista Liliane Santos