08 de ago de 2024 às 15:22 | Imagem: Carlos Gomes
Antônio é um jovem diagnosticado com transtorno do espectro autista. Ao chegar na fase adulta, precisou buscar trabalho, mas encontrou muitas dificuldades para conseguir um emprego. Hoje, ele faz parte do quadro efetivo de uma empresa e atua na área administrativa como auxiliar de logística.
“Eu já tinha entregue e currículos, já até na outra cidade que eu morava também, entreguei aqui também. Eu consegui um até no início do ano, que foi uma das melhores experiências que eu já tive com o trabalho. Eu já trabalhei como jovem aprendiz, isso foi uma experiência assim, razoavelmente boa. Aí quando eu tive o meu primeiro emprego efetivado, eu tive a pior experiência possível porque a empresa não tinha preparo para mim”, relata Antônio.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam 70 milhões de autistas no mundo, sendo 2 milhões no Brasil. No entanto, quando se trata de mercado de trabalho, apenas 2 em cada 10 autistas estão empregados, conforme o último censo do IBGE.
Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece novas regras para a contratação de pessoas com espectro autista.
A advogada Fernanda Botto explica o que muda com essa nova legislação e como as vagas passarão a ser disponibilizadas. “As empresas têm que se mostrar que estão aptas a receber, aptas à mudança de comportamento também dentro da empresa para receber uma pessoa que tem determinados tipos de limitação, seja ele de barulho, porque o TEA tem muita sensibilidade auditiva ou até mesmo de sociabilização, porque tem pessoas que realmente não aceitam o contato com outra pessoa, mas que exercem sua função laboral perfeitamente”, afirma Botto.