06 de nov de 2024 às 17:21 | Imagem: Carlos Gomes
O cartão de crédito se tornou uma das principais formas de pagamento no Brasil, oferecendo facilidade de parcelamento e transações rápidas. No entanto, para muitos, ele também é uma fonte de endividamento, especialmente quando o controle financeiro não é bem feito.
William Vanderley, estudante que usa o cartão há cinco anos, aprendeu a administrar seu uso com consciência. “Eu sei quanto eu recebo, quanto eu gasto mensalmente, assim no valor total de 700 reais, 800 reais, que é o valor máximo que eu chego a gastar no cartão de crédito todo mês”, explica. Ele também compartilha sua estratégia para evitar a dívida: “Dá prioridade a pagar as contas de casa, que é a conta de água, luz, gás, telefone. E depois ver quanto é que sobra para poder começar a gastar em outras coisas também.”
Apesar disso, os juros do cartão de crédito têm aumentado significativamente. De setembro até agora, o juro rotativo, cobrado quando a fatura não é paga, subiu 438,4% ao ano. Segundo Francisco Queiroz, economista, “cartão de crédito não é extensão da sua renda. Cartão de crédito é algo que você deve usar com consciência e tem que entender que no final do mês você paga”. Ele alerta ainda que “muitas pessoas têm um limite de cartão de crédito de 4, 5 mil reais, têm uma renda de 1.500, 2.000 reais. E ele acha que esse valor é extensão da sua renda. E isso é uma navalha.”
Queiroz destaca que o segredo para usar o cartão de crédito sem cair em armadilhas financeiras é saber quando usá-lo. “O que você deve usar no cartão de crédito? Cartão de crédito pode ser bom, pode lhe dar milhas aéreas, pode lhe dar cashback, pode lhe dar prêmios. Cartão de crédito é uma coisa muito boa. O grande problema é saber usar. Como usar? Você só usa no cartão de crédito o dinheiro que você tem no banco para pagar. Se você tem saldo, você tem um suporte para você poder comprar, você compra no crédito. Se você não tem esse suporte, cancela o seu cartão de crédito, compra à vista, compra quando receber seu dinheiro”, conclui.
Texto produzido pela estagiária Vitoria Souza, com supervisão da jornalista Liliane Santos