26 de set de 2024 às 17:07 | Imagem: Carlos Gomes
No Casarão dos Olhos D’Água, aconteceu o workshop “Espelho D’Água”, voltado para a produção de roteiros audiovisuais com foco em narrativas negras. Durante a oficina, os participantes na dinâmicas de criação, aprenderam sobre a estrutura de roteiros e a importância da representatividade no audiovisual.
Diego Oliveira, multiartista, ressaltou a abordagem do workshop: “Aqui a gente trabalha o storyline a partir da perspectiva de pessoas pretas, trazendo não só a produção de pessoas negras, mas também os símbolos que trazem uma história não necessariamente dita, não necessariamente explícita.”
Raquel Oliveira, comunicóloga, falou sobre a busca por identidade no audiovisual: “Eu venho de um lugar onde estou bebendo de todas as fontes para entender como eu posso me encontrar, como eu posso me achar no meio desse mundo tão diverso e cheio de possibilidades que é a área do audiovisual.”
A oficina foi conduzida pela roteirista e produtora Clarissa Brandão, que explicou a importância do processo de criação de roteiros: “Estamos trabalhando isso aqui hoje, um encontro de três horas em que passamos toda a trajetória até chegar no storyline, que é um documento importante, seja com produtoras interessadas em realizar aquele projeto ou em eventos de roteiro laboratórios, de mercado, onde a gente pode estar apresentando.”
O workshop, fruto da Lei Paulo Gustavo, também contou com a presença de um consultor em acessibilidade, reafirmando a importância de incluir todos os públicos. Sérgio Porto, consultor de acessibilidade, destacou seu papel no projeto: “Minha função, o projeto da mostra de cinemas negros, é pensar todas as acessibilidades para receber o público em geral. Então, eu penso desde a acessibilidade arquitetônica, a atitudinal e também a comunicacional, além também do marketing inclusivo, que é as acessibilidades nas redes sociais.”
O coordenador do projeto, Lucas Santana, ressaltou a relevância simbólica de realizar a mostra no mês de setembro: “Para a gente, é muito simbólico que a gente esteja realizando a mostra no mês de setembro, que é o mês do aniversário da cidade, e é o mês também da memória de Lucas da Feira, que é um personagem histórico, que, ao seu modo, lutou para resistir à escravidão e a todo o processo do colonialismo. E hoje, a gente está aqui, em espaços como o Casarão Olhos D’Água e a Antiga Fábrica de Algodão, onde hoje funciona um colégio de ensino médio. Para nós, é muito simbólico que estejamos nesses espaços.”
O evento reforçou a importância de ampliar vozes diversas e promover um espaço de aprendizado, criatividade e inclusão no audiovisual brasileiro.
Reportagem escrita pela estagiária Vitoria Souza sob supervisão da jornalista Liliane Santos